Os plantios de milho e soja da safra 2025/2026 se aproximam, e uma das etapas cruciais para o bom desenvolvimento das culturas é a dessecação pré-plantio. Com o objetivo de iniciar a lavoura "no limpo", o controle de plantas daninhas se torna essencial, pois a competição com essas espécies indesejadas pode gerar inúmeros prejuízos agronômicos e econômicos.
Entre os principais danos, destaca-se a perda na qualidade dos grãos e o risco de as plantas daninhas servirem de hospedeiras para pragas, como a cigarrinha-do-milho (Dalbulus maidis), vetor do complexo de enfezamentos, que pode causar prejuízos de até 80% na lavoura. Além disso, espécies como a corda-de-viola (Ipomoea sp.) podem se entrelaçar às plantas cultivadas, dificultando a colheita, causando o "embuchamento" das máquinas e comprometendo ainda mais a qualidade final da produção.
O ideal é que a dessecação seja iniciada de três a quatro semanas antes do plantio, garantindo tempo suficiente para a morte completa das plantas daninhas. Esse intervalo facilita o preparo do solo e favorece o estabelecimento das culturas. A operação pode ser feita em aplicação única, utilizando herbicidas sistêmicos como glifosato em associação com um auxínico, especialmente eficazes no controle de folhas largas. No entanto, é necessário atenção: se houver incidência de plantas de folha estreita, deve-se evitar misturar auxínicos comuns com graminicidas, pois muitos desses produtos apresentam antagonismo, reduzindo drasticamente sua eficácia.
Atualmente, o mercado já oferece novas formulações de auxínicos que não apresentam esse tipo de interferência quando associados aos graminicidas, o que possibilita um controle mais abrangente e seguro.
Para potencializar o desempenho dos herbicidas, recomenda-se a adição de adjuvantes como o óleo mineral à calda de pulverização. O óleo melhora a penetração do produto nas folhas, reduz a tensão superficial das gotas, amplia sua cobertura e diminui a taxa de evaporação, fatores decisivos, especialmente em ambientes com baixa umidade e altas temperaturas.
Outra estratégia eficiente é a aplicação sequencial: inicia-se com uma pulverização de herbicidas sistêmicos e, entre sete e dez dias depois, realiza-se uma segunda aplicação com um herbicida de contato, como o Glufosinato de Amônio. Esse método combina o efeito duradouro dos sistêmicos, que atingem até as raízes, com a ação rápida dos produtos de contato, que eliminam a parte aérea da planta em poucas horas. O resultado é um controle mais completo e duradouro das plantas daninhas.
Além do controle de mato, a dessecação também é um momento estratégico para iniciar o manejo de pragas. A inclusão de inseticidas na calda de pulverização permite reduzir a pressão inicial de pragas ainda antes do plantio. Podem ser utilizados produtos de diferentes classes, como os carbamatos (Metomil), organofosforados (Clorpirifós) ou reguladores de crescimento (como Lufenuron, Difenuron e Metoxifenozida), especialmente indicados para o controle de pragas como a cigarrinha.
A dessecação pré-plantio é, portanto, o ponto de partida para um manejo eficiente e sustentável. Começar a lavoura "no limpo" é essencial para garantir o bom desenvolvimento das culturas e uma colheita mais segura e rentável.
Para mais informações e para um plano de manejo adequado à sua realidade, procure a equipe técnica da Coamig.