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Com Boas Práticas, Coamig busca aumentar qualidade do leite e rentabilidade de seus cooperados

Com Boas Práticas, Coamig busca aumentar qualidade do leite e rentabilidade de seus cooperados

A Cooperativa Coamig tem se preocupado cada vez mais com o tema ‘leite de qualidade’. Isso porque a qualidade do produto tem se tornado, cada vez mais, uma exigência de consumidores e das indústrias.

Visando auxiliar seus cooperados neste sistema produtivo mais eficiente, com sanidade e bem estar animal, a Coamig vem implantando em diversas propriedades o programa Boas Práticas de Fazenda (BPF), que visa uma produção mais sustentável, com um produto final com maior qualidade e levando mais rentabilidade aos seus cooperados.

A médica veterinária da Coamig, Mariana Gonçalves Oliveira, explica que o programa busca uma organização melhor da propriedade rural. “Desde a parte da documentação da propriedade, controle zootécnico dos animais, data de nascimento dos animais, controle de quem são os pais de cada um e data de cobertura, o que ajuda no melhoramento genético. Na parte de sanidade é preciso ter o controle de todas as vacinas, medicamentos utilizados nos animais, controle dos medicamentos que não podem ser utilizados em algumas fases, cuidado com as carências e validade dos medicamentos. Além do controle da alimentação, da armazenagem e da estrutura do produtor, que visa trazer mais segurança para o produto final, que é o leite. O programa trabalha o cuidado com a qualidade do leite e o bem-estar animal, um dos pilares mais importantes”, detalha.

O objetivo final do BPF, segundo a Coamig, é mostrar ao produtor que tudo pode impactar na produção e na rentabilidade final. Apesar de parecer muitos detalhes, quando o produtor entende que todo o processo visa melhoria e eficiência, depois das adequações iniciais, manter as exigências se torna algo natural. Assim ocorreu com o cooperado Mauricio Chulek, do Sítio São José, em Prudentópolis (PR). Há sete anos na atividade leiteira, ele é cooperado da Coamig há um pouco mais de cinco anos. Sua inserção no BPF é mais recente, há dois anos, mas ele conta que desde que entrou para Coamig, seus objetivos se voltaram para produzir um leite com mais qualidade. “No começo não vendíamos para a Coamig e a empresa não pagava por qualidade. Quando me tornei cooperado é que comecei a investir na qualidade. Logo de início, os técnicos fizeram uma visita e apontaram algumas melhorias que poderiam ser feitas. Por exemplo, nós tínhamos na ordenha um espaço com barro, sem piso e isso causa muitos problemas. Então já fizemos o piso. Depois construí o barracão e fizemos uma sala de ordenha adequada, uma sala de espera e tratadouro”, revela.

Chulek entendeu que sem investimento em informação, estrutura, genética e alimentação a atividade se torna inviável com o tempo. “Eu acho que estar dentro da cooperativa faz toda a diferença. Temos reuniões e informações técnicas, assistência e um apoio mais forte. As exigências dos programas de Boas Práticas fazem com que estejamos adequados. São muitos detalhes, mas depois que você se adequa, observa que dá resultados e tudo se torna uma rotina dentro da propriedade. Não é complicado, são coisas necessárias. Em duas auditorias já passamos com 100 pontos”, orgulha-se.

O produtor rural enxerga que capacitação é essencial. Ele conta que já fez os cursos de Manejo de Gado de Leite e Forragicultura pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). No curso de Forragicultura, ele enxergou que um sistema de irrigação poderia ser importante. “No curso falaram sobre o sistema de irrigação e resolvi implantar aqui na propriedade. O sistema já está instalado, mas estamos esperando o ponto de luz. Fiz isso para que no tempo de seca não soframos tanto o impacto no pasto. É preciso investir na atividade para ter bons resultados”.

Na propriedade, ele também já tem instalado, há algum tempo, a fossa séptica, onde é captado os dejetos das vacas para utilização na adubação dos pastos. Com isso, Chulek pensou que além de irrigar água, o recém sistema instalado também poderia ser adaptado para jogar os dejetos no pasto. “Isso vai melhorar a eficiência da adubação dos nossos pastos”, comenta.

Com a assistência técnica da Coamig, o produtor também se conscientizou que um bom pasto começa com um bom solo. “Começamos a investir mais no pasto e fazer melhorias no solo. Há uns três meses foi feita a análise do solo. Já coloquei calcário e fósforo, tentando corrigir o solo para produzir um pasto melhor”. Atualmente Chulek utiliza o pasto Pioneiro e tem experimentado Milheto melhorado na propriedade. Ele utiliza também silagem de milho e ração para complementar a alimentação dos animais. “Visamos cada vez mais utilizar o pasto como alimentação principal, por isso a importância da qualidade dele. Assim diminuímos nossos custos e temos um leite com melhor qualidade”, complementa.

Chulek em seu rebanho tem uma mistura das raças Jersey e Holandesa, com predominância da Jersey, visando um leite com uma gordura melhor. Segundo o produtor, o rebanho atual é composto por 32 cabeças e 16 vacas em lactação. A média diária de leite no período do inverno tem sido de 250 litros/dia. Em um período com mais pastos, a média do Sítio São José é de 10 mil litros/mês, o que dá entre 330 e 340 litros/dia. “Hoje, por estar no BPF eu ganho 2,5% a mais no preço do leite. Agora está na faixa de R$ 0,04 a mais por litro. Com um índice de gordura melhor, já dá uma boa bonificação, chegando a mais de R$ 0,20 por litro. De R$ 1,59 que está o preço base do litro do leite, em abril conseguimos alcançar R$ 2,24. Se não investir em qualidade, dificilmente a atividade fica viável só com o preço base e custos altos que temos hoje”, finaliza Chulek.

Índices Médios de Abril do Leite - Sítio São José

Proteína - 3.57 %

Gordura média - 4.65 %

Contagem Bacteriana – 3.95mil

Contagem de Célula Somática (CCS) – 203 cs/ml

Coamig
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